terça-feira, 28 de abril de 2015

Obras da Série "Caminhos"

                                              

                                      Série Caminhos - 2001 Óleo sobre tela - 600x1200mm

                                        Série Caminhos 1999 Óleo sobre tela - 800x600mm

           Série Caminhos, Ólei sobre Eucatex - 38x50cm - 1997 Coleção particular David Abud

    Série Caminhos, Ólei sobre Eucatex - 72x76cm - 1997 Acervo da Câmara Municipal de Belém

  Série Caminhos, Ólei sobre Eucatex - 50x50cm - 1997 Coleção particular Paulo Chaves Fernandes

                                      Série Caminhos, Ólei sobre Eucatex - 88x132cm - 1997

                                  Série Caminhos, Ólei sobre Eucatex  IV - 88x132cm - 1997

   Série Caminhos, Óleo sobre Eucatex - 60x80cm - 1997 Coleção particular José de Matos Neto

        Série Caminhos, Óleo sobre Eucatex - 78x80cm - 1997 Coleção particular Sérgio Zumero

                                     Série Caminhos, Óleo sobre Eucatex - 83x138cm - 1997

                                    Série Caminhos, Óleo sobre Eucatex I- 80x120cm - 1997

                                 Série Caminhos, Óleo sobre Eucatex II- 80x120cm - 1997

                                   Série Caminhos, Óleo sobre Eucatex III- 80x120cm - 1997











Opção verde



OPÇÃO VERDE
Reflexão do artista à guisa de uma auto crítica
Um simples traço ou mancha colorida pode conter toda fruição de um ato criador mas, seguramente, a solução final de uma tela, embora pareça, jamais se transporta satisfatória e plenamente do espírito do artista para o suporte material do quadro. Pintor e pintura não existem isolados e, separar a obra de seu autor é impossível. Independentemente da determinação de quem a concebe, a obra acaba sendo um auto-retrato e a busca da simplicidade _  que é a virtude principal do empenho criador _ haverá sempre de revelar as marcas pessoais do artista, seja na elaboração ou no produto final.
                Esta coleção de paisagens, pintadas com a sofreguidão de um artesão de tantas outras vivências não pretende ser o gesto irrepreensível do conceber e do fazer artístico, que a minha experiência de sessenta anos no “metier”, até certo ponto, poderia justificar. Ao contrário, comporto-me como quem sempre recomeça conscientemente despreocupado com o “obituário da arte”. Posturas, certezas, constância, atualismo ou qualquer tipo de engajamentos ideológicos _ em moda_  não me parecem mais que meros recursos semânticos utilizados, com frequência utilizados por alguns ao pretenderem “explicar” obras de arte. Nada, além da própria linguagem das tintas, será capaz de definir com a certeza desejável, a verdadeira consciência de uma pintura. Bom ou ruim, certo ou equivocado, um quadro é apenas o que é. Nenhum argumento teórico _ por mais brilhante _  haverá de acrescentar ou retirar algo que o artista já não tenha  incorporado ao seu trabalho ou eliminado dele, ao considera-lo pronto.
                Se a muitos “gostar” (ou “não gostar”) é o suficiente, cabe sempre, entretanto o exame cauteloso e isento, equilibrado e justo, enquanto somente ao artista é permitido o privilégio de sentir no simples processo criativo o gozo que lhe basta. Para este a tela trabalhada não passa de um plano visível, palpável, concreto na medida em que o verdadeiro conteúdo _ abstrato e intocável _ não se desliga de sua inquietude interior.
                Se me coube a proposta de produzir pintura da forma que sei e sou capaz, deixo ao ato contemplativo do público a liberdade para decodificar, segundo seus próprios critérios ou referências, a mensagem de um pintor voltado para a manifestação figurativa de suas emoções diante da exuberância verde da ambiência amazônica.
Benedicto Mello
Junho de 2000